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2012 - Livro Vermelho 2013

Mollinedia ovata Ruiz & Pav. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 24-04-2012

Criterio:

Avaliador: Massimo Giuseppe Bovini

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie com ampla distribuição no Brasil. Possui EOO de 6.216.141,71 km² e ocorre em outros países da América do Sul. Encontrada em todos os domínios brasileiros e bem representada em herbários.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Mollinedia ovata Ruiz & Pav.;

Família: Monimiaceae

Sinônimos:

  • > Mollinedia dardanoi ;
  • > Mollinedia selloi ;
  • > Mollinedia obovata ;
  • > Mollinedia krukovii ;
  • > Mollinedia latifolia ;
  • > Mollinedia laurina ;
  • > Mollinedia boliviensis ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Syst. Veg. Fl. Peruv. et Chil. 1: 143. 1798. Os caracteres que mais auxiliam a identificaçãoda espécie são os ramos glabros ou seríceo-pilosos, sendo os tricomas curtos eclaros; as folhas adultas apresentam indumento esparso (tomentela) na face inferior, folhas glabras; nervuras secundárias4 a 5 pares, alternas e distanciadas entre si, venação laxa; flores gríseo-pilosas outomentelas; o formato (elíptico, ovado aoblongo), a dimensão (8-15x 4-7) e margem (inteira ou dentada) das folhas, bemcomo o número de estames (15-50) 20-45 (50) e carpelos (20-32) pode variarmuito (Peixoto, com. pessoal).

Potêncial valor econômico

Utilizada para fins medicinais (Silva; Silva, M.F., 2008).

Dados populacionais

Em estudo de florística entre duas cotas altitudinais, 190m e 350 m de altitude, da Floresta Ombrófila Densa Submontana, do Parque Estadual da Serra do Mar, no município de Ubatuba, Estado de São Paulo, foram amostrados 15 e 16 indivíduos respectivamente, sendo as duas amostragens realizadas em uma área de 1 ha (Gomes, J.A.M.A. et al., 2011).

Distribuição

Não endêmica do Brasil; ocorre nos Estados de Roraima, Amapá, Pará, Amazonas, Acre, Ceará, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná (Peixoto, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por árvores ou arbustos (Peixoto, 1987); dióica, polinização entomófila e dispersão zoocórica (Peixoto, A.L., comunicação pessoal).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanusKunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf,Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões; Lino, 2003).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Mais de 25 milhões de pessoas, aproximadamente 15% da população do Brasil, vivem na Caatinga. A população rural é extremamente pobre e os longos períodos de seca diminuem ainda mais a produtividade da região, aumentando o sofrimento da população. A atividade humana não sustentável, como a agricultura de corte e queima que converte, anualmente, remanescentes de vegetação em culturas de ciclo curto além do corte de madeira para lenha, a caça de animais e a contínua remoção da vegetação para a criação de bovinos e caprinos tem levado ao empobrecimento ambiental, em larga escala, da Caatinga. Os bovinos e caprinos foram introduzidos pelos europeus no início do século XVI e rapidamente devastaram a vegetação da Caatinga, não adaptada à pastagem intensiva. O número estimado de cabeças desses animais, atualmente, é de mais de 10 milhões e já são reconhecidos núcleos de desertificação associados ao sobrepastejo e, principalmente, ao pisoteio dos mesmos. Desde o início da colonização européia, as áreas de solos mais produtivos também foram convertidas em pastagens e culturas agrícolas. As florestas de galeria foram largamente substituídas por formações abertas nos últimos 500 anos, afetando o regime de chuvas local e regional e levando ao assoreamento de córregos e até mesmo de grandes rios. Rios anteriormente navegáveis, que permitiam o transporte de animais e madeira do interior do país, estão, agora, sazonalmente secos. Por fim, as técnicas de irrigação desenvolvidas nas últimas décadas para a fruticultura e plantações de soja têm acelerado o processo de desertificação. Todos esses usos inapropriados do solo têm causado sérios danos ambientais, p. ex., a desertificação já atinge 15% da área da região e ameaçado a biodiversidade da Caatinga (Leal et al., 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes O modelo tradicional da ocupação da Amazônia tem levado a um aumento significativo do desmatamento na Amazônia legal, sendo este um fenômeno de natureza bastante complexa, que não pode ser atribuído a um único fator. As questões mais urgentes em termos da conservação e uso dos recursos naturais da Amazônia dizem respeito à perda em grande escala de funções críticas da Amazônia frente ao avanço do desmatamento ligado às políticas de desenvolvimento na região, tais como especulação de terra ao longo das estradas, crescimento das cidades, aumento dramático da pecuária bovina, exploração madeireira e agricultura familiar (mais recentemente a agricultura mecanizada), principalmente ligada ao cultivo da soja e algodão. Esse aumento das atividades econômicas em larga escala sobre os recursos da Amazônia legal brasileira tem aumentado drasticamente a taxa de desmatamento que, no período de 2002 e 2003, foi de 23.750 km2, a segunda maior taxa já registrada nessa região, superada somente pela marca histórica de 29.059 km2 desmatados em 1995. A situação é tão crítica que, recentemente, o governo brasileiro criou um Grupo Interministerial a fim de combater o desmatamento e apontar soluções de como minimizar seus efeitos na Amazônia legal (Ferreira et al., 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada Extinta (EX) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4.3 Management
Observações: Espécie ocorre em unidades de conservação (SNUC): Reserva Florestal do Humaitá, no Estado do Acre, Reserva Florestal Ducke, no Amazonas, RPPN Reserva Natural da Serra do Teimoso e Reserva Biológica de Una, na Bahia, Reserva Florestal de Linhares, no Espírito Santo, Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, Estação Biológica de Caratinga, em Minas Gerais, Parque Nacional de Itatiaia e Parque Natural Municipal da Serra do Mendanha, no Rio de Janeiro, Parque Estadual da Serra do Mar e Parque Estadual da Ilha do Cardoso, em São Paulo (CNCFlora, 2011).

Usos

Referências

- PEIXOTO, A.L. Mollinedia ovata in Mollinedia (Monimiaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil., Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB023856>.

- PEIXOTO, A.L. Revisão taxonômica do gênero Mollinedia Ruiz et Pavon (Monimiaceae, Monimioideae). Doutorado. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1987.

- PEIXOTO, A.L.; GONZALES, M. Monimiaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Planta da Floresta Atlântica. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.346-347, 2009.

- FERREIRA, L. V.; VENTICINQUE, E.; ALMEIDA, S. O desmatamento na Amazônia e a importância das áreas protegidas., Estudos Avançados, v.19, n.53, p.157-166, 2005.

- LEAL, I.R.; SILVA, J.M.C.; TABARELLI, M.; LACHER JR., T.E. Mudando o curso da conservação da biodiversidade na Caatinga do Nordeste do Brasil., Megadiversidade, p.139-146, 2005.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- SIMÕES, L.L.; LINO, C.F. Sustentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac, 2003.

- SILVA, J.A.C.; SILVA, M.F. Estudos florísticos no município de Presidente Figueiredo, Amazonas, Brasil - II: famílias Myristicaceae, Siparunaceae e Monimiaceae., Acta Amazonica, v.38, p.207-212, 2008.

- GOMES, J.A.M.A.; BERNACCI, L.C.; JOLY, C.A. Diferenças florísticas e estruturais entre duas cotas altitudinais da Floresta Ombrófila Densa Submontana Atlântica, do Parque Estadual da Serra do Mar, município de Ubatuba/SP, Brasil., Biota Neotropica, v.11, p.123-137, 2011.

Como citar

CNCFlora. Mollinedia ovata in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Mollinedia ovata>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 24/04/2012 - 18:11:05